Desde a última sexta-feira (23), o Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá tem dado suporte jurídico aos metalúrgicos da Tupy, em Mauá, neste momento de transição para o fechamento da fábrica. Um dia antes, na porta da empresa, houve uma assembleia na qual foi passado o comunicado da empresa sobre o encerramento das atividades na próxima sexta-feira, dia 30 de setembro.
O Sindicato que já iniciou um processo de negociação na busca em garantir os direitos de quem tem estabilidade, de acordo a Convenção Coletiva, e optaram em continuar no estado, já que a empresa deu a possibilidade de transferência para Betim (MG) ou Joinville (SC).
Segundo o secretário administrativo do Sindicato, Sivaldo Pereira, o Espirro, “até o momento, dos 220 funcionários, onde 70% tem sequelas de acidente de trabalho ou doença profissional, 41 decidiram ir para Betim e 24 para Joinville.
“Quando a Tupy comprou as duas plantas no México, bem na divisa com os EUA, começamos a ter uma queda aqui. As peças lá vão de trem”, analisa Espirro ao comentar o início de crises e desinteresse econômico da empresa na região. Ele também chama atenção para a falta de política industrial nacional que tem feito com que empresas migrem para outros países. “Temos um governo federal que não se movimenta. A crise segue se aprofundando com empresas fugindo do país. Da Ford à Mercedes-Benz o governo vê uma incrível perda de empregos e não se mexe para mantê-las”, comenta.
Em relação a atuação sindical junto com os trabalhadores nestes 24 anos. “O Sindicato sempre esteve discutindo a permanência dos empregos desta filial. Ela quase fechou por não ter dinheiro para pagar a energia. O presidente Martinha conversou com políticos da região que levaram o problema para o Alckmin, na época governador, para facilitar as parcelas das contas de energia, e conseguimos melhorar a situação,” lembra.
