A angustiante cena de um trabalhador, já com a saúde afetada, tentando, desesperadamente, marcar uma cirurgia pelo convênio da Marelli e não conseguindo é algo comum, atualmente na empresa. Indo na contramão da luta do Sindicato, na qual o trabalhador vende a sua mão de obra e não a sua saúde.
Dificuldades em realizar, por meio do convênio médico, as cirurgias solicitadas por médicos têm preocupado e afetado a saúde mental dos trabalhadores e trabalhadoras. De acordo com as denúncias que chegam constantemente ao diretor-executivo e coordenador do Departamento de Saúde, Lulinha.
“Um convênio que monta uma junta médica para contradizer uma decisão de um colega de profissão, brinca maldosamente com a saúde do trabalhador”, afirma Lulinha, que cobra o fim do péssimo atendimento. “O Sindicato exige que a Marelli acabe com essa precarização da assistência médica.”
FOLHA DE PAGAMENTO NÃO FUNCIONA
Outra situação que tem tirado o sono dos companheiros e companheiras da Marelli é a revoltante sequência de erros na folha de pagamento.
Neste cenário, que chega a ser desumano, muitos metalúrgicos não tem acesso ao próprio holerite, dificultando a conferência dos valores recebidos. “É tão gritante o desmando na folha de pagamento que o trabalhador não sabe quando sairá de férias e nem quantos dias terá”, analisa o diretor-financeiro do Sindicato, Rafael Loyola.
“O pior é a falta de respeito com o trabalhador. É vergonhoso o trabalhador ligar na empresa e não ser atendido. Parece que o atendente do 0800 fala outra língua, está em outro planeta. Ou melhor, o 0800 da Marelli é igual cabeça de bacalhau, existe, mas ninguém nunca viu”, diz o diretor Lulinha.
Para Loyola é inadmissível a maneira como vem sendo conduzida a questão para marcar as férias. “A folha é tão incompetente que está cobrando dias de férias prescritos. É direito do trabalhador ter os seus trinta dias de férias. Por isso, a empresa tem que ter respeito ao tratar o assunto. As pessoas que marcam férias precisam ter qualificação. Não pode ser assim, de qualquer jeito. O trabalhador precisa se programar para aproveitar o seu direito de descanso.”
CHEGA DE COMIDA AZEDA NO 3º TURNO
Trabalhadores do 3º turno reivindicam a mesma qualidade dos alimentos que são servidos na refeição do 1º turno.
“A qualidade da refeição determina quantos mensalistas têm na planta. Se tem bastante, como no primeiro turno, a qualidade é melhor. No segundo turno, já cai de qualidade. No terceiro turno, já chegaram a servir comida azeda”, detalha Loyola, que reforça que o problema “não tem nada a ver com os trabalhadores do refeitório e sim com o contrato da Marelli com o restaurante.”
BASTA!
Essa falta de responsabilidade da empresa em direitos e serviços fundamentais como convênio médico, férias, refeição e acesso à folha de pagamento não será aceita pelo Sindicato que se dispõe, junto com a companheirada, a fazer uma grande luta para que a empresa cumpra com as suas obrigações.