“Que coisa boa ver vocês aqui”, disse, com um sorriso no rosto, o ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá Benedito Marcílio, 84 anos, numa ensolarada manhã de inverno do mês de agosto, ao receber o atual presidente Cícero Martinha, o vice-presidente Adilson Sapão, o secretário-geral
Manoel do Cavaco e o diretor Osmar Fernandes Osmar Fernandes, em sua residência.
Num bate-papo, entre cafés, fotos, documentos e recordações espalhadas na mesa da sala, os companheiros, com fundo musical privilegiado pelo canto de um curió, lembraram momentos memoráveis que viveram na entidade.
“O Sindicato de Santo André e Mauá é o pai de todos os sindicatos metalúrgicos. A luta começou aqui”, afirma Marcílio. “Depois da ditadura militar, na eleição seguinte, você e o Aurélio Peres foram os únicos dois operários eleitos em todo o Brasil”, lembra Martinha. ” Sim, se você perguntar para o Lula, ele vai responder que eu fui o primeiro operário eleito no Congresso”, confirma Marcílio, que foi deputado federal de 1978 a 1982 e presidente do Sindicato de 1967 a 1979.
Em outro momento: “Nós vamos fazer uma nova placa na Colônia de Férias, em Praia Grande, com o nome: Benedito Marcílio Alves da Silva”, anunci9a Martinha que na sequência comenta a importância do ex-presidente. “Você conseguiu o terreno, mobilizou toda categoria e construiu os primeiros andares”. Feliz com a notícia, Marcílio responde. “Assim você mata o velho do coração, é muita emoção,. obrigado.”
Em certa altura da conversa, o anfitrião mostrou aos visitantes a homenagem que recebeu na comemoração dos 25 anos do fim da intervenção no Sindicato e pediu para Manoel do Cavaco ler. “Seu ato de bravura jamais será esquecido pelos trabalhadores desta categoria.”