Segundo Atlas da Violência 2021, um jovem negro é morto no Brasil a cada 23 minutos
A morte de Moise Mugenyi Kabagambe, imigrante congolês cruelmente assassinado num quiosque na Barra da Tijuca, numa agonizante execução com imagens captadas em vídeo e apresentadas para o Brasil e o mundo, é revoltante! Após 15 minutos de brutalidade, entre pauladas, chutes, socos e enforcamento, o jovem entregue aos cuidados do Estado Brasileiro como refugiado de guerra, teve a vida abatida.
De acordo com os registros do Ministério da Justiça, por meio da Coordenação-Geral do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), de 57 mil refugiados reconhecidos pelo Brasil de 2011 a 2020, 1.050 eram congoleses.
Neste país, onde um jovem negro é morto a cada 23 minutos, segundo dados do Atlas da Violência 2021, o aniquilamento de Moise entra para um cenário diário de extermínio contra a população negra.
Dias atrás, também no Rio, em São Gonçalo, um sargento da Marinha matou com três tiros disparados de seu automóvel um vizinho de condomínio. Durval Teófilo Filho, negro, voltava do trabalho, onde era repositor de estoque. Ele estava a pé e mexeu na mochila para pegar as chaves do portão. Foi o bastante para morrer.
E não nos esqueçamos, no próximo dia 14 de março, completam-se quatro anos do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), até hoje não sabemos quem foi o mandante.
Até quando, Brasil? Precisamos unir forças para lutar contra o racismo estrutural e a banalização da violência. Como bem pontuou a nota assinada pelas Centrais Sindicais, em apoio aos protestos do último sábado (05) em várias cidades, lembrando o feroz assassinato e cobrando punição dos responsáveis pela morte de Moise. “Basta de racismo, xenofobia e genocídio negro”.