Levantamentos apontam que, apesar das campanhas do Dia da Mulher, são necessárias políticas públicas de inclusão e igualdade nos direitos econômicos, além de uma pressão permanente dos movimentos sindicais e sociais
O Dia Internacional da Mulher traz uma série de reivindicações em torno das lutas e do papel feminino na sociedade. Apesar das iniciativas, milhares de mulheres ainda sofrem com a discriminação nos mais variados cenários como: violência doméstica e feminicídio (crimes cometidos por razões da condição).
No que diz respeito ao emprego, mesmo com trabalhadoras se destacando cada vez mais em serviços que eram dominados pelos homens, há inúmeras barreiras a serem derrubadas e não faltam dados que comprovem essa realidade.
Vamos aos números!
Um estudo realizado pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) com base na PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio), registra que antes da crise do coronavírus, as mulheres já tinham uma maior chance de perder o emprego. Conforme a pesquisa, em 2020, as mulheres tiveram taxa de ocupação de 39,7% em comparação a 58,1% dos homens.
No ano passado, levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou crescimento na participação das mulheres no mercado de trabalho, mas elas permaneceram ganhando menos que os homens e também com menos cargos gerenciais.
Conforme dados recentes do Fórum Econômico Mundial, a igualdade de gênero no mercado de trabalho perdeu espaço no mundo. Em decorrência dos efeitos da pandemia, o tempo necessário para que a equidade seja alcançada passou de 100 para 136 anos.
Nas palavras da vice-presidente Sênior e economista-chefe do Grupo Banco Mundial: “As mulheres não conseguirão conquistar a igualdade no ambiente de trabalho se houve desigualdade dentro de casa. Isso significa nivelar as condições de igualdade e garantir que as mulheres com filhos não sejam excluídas de sua plena participação na economia e possam cumprir suas expectativas e ambições”. Certeira!
Mundo afora
Dados do Banco Mundial que constam no relatório Mulheres, Empresas e o Direito 2022, divulgado no dia primeiro de março, mostram que, quando se tratam de direitos, as mulheres estão atrás dos homens.
- Cerca de 2,4 bilhões de mulheres têm menos oportunidades e direitos econômicos que homens no mundo;
- 178 países (93,6%) mantêm barreiras legais que impedem a participação econômica plena das mulheres;
- 95 países (50%) não garantem a remuneração igualitária para trabalhos de igual valor;
- 86 países (45%) têm restrição ao mercado de trabalho;
- Apenas 12 países (6,3%) têm condições iguais para homens e mulheres em todas as áreas.