O salário mínimo no Brasil pode e precisa ser maior que a inflação. Aliás, já foi maior. Ocorre que o padrão adotado pelo governo federal ignora o povo e não coloca o reajuste acima. Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá Cícero Martinha “negar um salário mínimo com aumento real é a negação da dignidade na vida dos trabalhadores.”
Segundo matéria publicada no jornal Folha de São Paulo, no dia 09 de agosto, o governo cogita um salário mínimo de R$ 1.302 para 2023. Sendo assim, se o valor seguir nessa proposta, será o quarto ano seguido sem aumento real. Em abril, a previsão divulgada pelo governo era de R$1.294, publicado no Diário Oficial da União, conforme a Lei de Diretrizes Orçamentárias.
TABELA DO IR, SEM CORREÇÃO, DEVORA O BOLSO DOS TRABALHADORES
Não corrigida desde 2015, a tabela do Imposto de Renda, totalmente desatualizada no que diz respeito à inflação e aos salários, prejudica uma grande parcela da população, levando a perder isenção ou a pagar imposto de renda maior.
Em levantamento feito no início do segundo semestre, com cálculos realizados pela Confirp Consultoria Contábil. Se a tabela acompanhasse a inflação, trabalhadores que recebem até R$ 2.744,31 estariam fora da mordida do leão, ou seja, estariam livres de pagamento do imposto.
A última revisão ocorreu no segundo governo de Dilima Rousseff, em abril de 2015
A DIFERENÇA DE GOVERNOS NO PODER DE COMPRA DO SALÁRIO MÍNIMO
Enquanto o aumento real nesta atual administração federal não sai de 0%, no governo Lula, que levou a sério a política de valorização do salário mínimo, atendendo uma reivindicação de bandeira de luta do movimento sindical, entre 2003 e 2010, o ganho real no bolso dos trabalhadores foi de 53,6%.