O ritmo acelerado das tecnologias no mercado de trabalho, a exemplo da indústria 4.0, ameaça muitas vagas de emprego. O que por si só, já deixa qualquer trabalhador preocupado, sem falar em crises econômicas, saídas de empresas por guerras fiscais, como vem ocorrendo na região do ABC, entre outras situações que desafiam ainda mais os sindicatos na luta pela preservação de empregos.
Neste cenário, de um lado há um investimento tecnológico que possibilita a produção cada vez mais rápida de serviços e mercadorias e, de outro, um desemprego que segue crescente.
Diante desta realidade, para o presidente do Sindicato, Adilson Sapão, a pauta da redução das jornadas de trabalho sem redução de salários precisa ser retomada. “É uma maneira de criar empregos e trazer bem-estar e qualidade de vida para trabalhadores e trabalhadoras de todo o país”, diz Sapão que também lembra uma pesquisa do DIEESE de 2018 sobre o assunto. “O estudo apontou, na época, que se reduzíssemos, por exemplo, para 40 horas de trabalho semanais, já se criariam quase meio milhão de empregos. Os pesquisadores também lembraram que a redução de horas de trabalho, no país em 1988, de 48 horas semanais para 44 horas, gerou um período de criação de novos empregos e a manutenção dos já existentes.”
CUIDADO COM A ARMADILHA!
Diretor do Departamento Médico do Sindicato, Rafael Loyola, alerta que não se deve colocar a produtividade com a questão do tempo de trabalho. “A redução da jornada vinculada ao aumento de produtividade, com cobrança de metas, sacrifícios e pressões pode gerar aumento de adoecimento de trabalhadores. Por isso, a importância de uma CIPA atuante. Agora, os patrões precisam entender que o crescimento da produtividade acontece quando o trabalhador está num ambiente saudável de trabalho”, diz Loyola.