Em recente ato promovido pelas centrais sindicais contra a escandalosa taxa de juros, na terça-feira, 01, em frente ao prédio do Banco Central, na Avenida Paulista, ao falar no carro de som, eu destaquei a importância de aumentarmos o número de pessoas nas mobilizações de luta da classe trabalhadora.
Hoje, neste mundo on-line em que vivemos, a internet pode ser ao mesmo tempo mobilizadora e desmobilizadora. Se por um lado, há inúmeras possibilidades de articulação da sociedade via web, por outro, corre-se o risco de criar um engajamento artificial, em que a concentração se expressa por meio de um simples clique, uma postagem ou um compartilhamento no WhatsApp, mas não é capaz de gerar presenças concretas de massa para além do celular de cada um.
Nenhuma tecnologia é revolucionária por si só. No caso do movimento sindical, os companheiros e companheiras não podem esquecer que a mobilização nas ruas e nas telas de celulares precisam andar juntas. É óbvio que as novas tecnologias de informação são fundamentais para expressarmos as nossas bandeiras de luta, mas movimentos gigantescos aconteceram quando não existia nada de internet.
Como todos já sabem, o Banco Central reduziu apenas em 0,50% a taxa de juros, saindo de 13,75% para 13,25%. Nesta redução, ainda que tímida, foi importante a pressão e manifestação dos sindicatos, mas, permitindo-me aqui, uma crítica construtiva, podíamos e podemos mobilizar muito mais.