Fatos e levantamentos comprovam que, durante o governo Bolsonaro, o chicote estralou na classe trabalhadora que não só perdeu direitos, mas foi submetida a uma política econômica devastadora. Em meio à tragédia que marca esta atualidade, “O Metalúrgico” separou alguns pontos, dados e informações das perdas que impactaram diretamente na sobrevivência de quem acorda cedo.
Salários baixos, queda de renda e dos trabalhadores
A piora nas condições de vida dos brasileiros e brasileiras que buscam no subemprego e no bico uma maneira de ter alguma renda básica para não passarem fome é uma das marcas deste governo. É tão grave a situação econômica do país que a queda no desemprego anunciada pelo governo federal esconde, na verdade, uma tragédia social. A maioria dos empregos gerados foi para trabalhos de baixa remuneração.
O Brasil teve uma taxa de informalidade de 39,7% no mercado de trabalho no trimestre até agosto de 2022. Alcançou um recorde de 39,307 milhões de trabalhadores atuando na informalidade no período, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), apurada pelo Instituto Brasileiro de Economia e Estatística (IBGE).
No Brasil de Bolsonaro, empregos sem direitos já ultrapassam os com carteira assinada
A precarização do mercado de trabalho, mais uma vez, bate recorde sob Jair Bolsonaro. No trimestre encerrado em agosto, o número de empregados sem carteira assinada no setor privado cresceu 2,8% (355 mil pessoas), chegando a 13,2 milhões de trabalhadores e trabalhadoras. É O maior da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, iniciada em 2012, em levantamento divulgado na sexta-feira, 07 de outubro.
Nesse cenário, com a falta de empregos sem carteira assinada, a informalidade muitas vezes é a única opção para os trabalhadores e profissionais qualificados que aceitam cargos inferiores, sem nenhuma proteção jurídica.
País sofre com saída recorde de multinacionais nos últimos anos
Escancarando a falta de perspectivas do governo federal, um número nunca visto de grandes empresas estrangeiras, atuantes em áreas distintas, deixou o país entre 2020 e 2021.É o desindustrialização que se acelerou nos últimos anos, com o desmonte do parque industrial e o abandono dos setores da economia produtiva para privilegiar o capital financeiro.
A montadora norte-americana Ford, que estava no Brasil havia mais de cem anos, optou em sair daqui e manter a fábrica na Argentina. A espanhola Cabify desistiu de ficar aqui alegando que a crise dificulta o avanço do serviço de carona. A japonesa Sony decidiu não mais fabricar ou mesmo vender no país TVs, equipamentos de áudio e câmeras, abandonando a Zona Franca de Manaus, polo que garante isenções tributárias. Entre tantas e tantas outras que saíram foram desmontando toda uma cadeia produtiva, quebrando fornecedores e fechando postos de trabalho que dependiam dessas empresas.
Reforma da Previdência Social: um legado cruel de Bolsonaro para os trabalhadores
A pior herança de prejuízos que governo vai deixar para a classe trabalhadora do campo e da cidade, é a reforma da Previdência, acabando com o sonho de milhões de trabalhadores de um dia se aposentarem, ainda reduziu o valor das pensões pagas às viúvas.
Com um dos discursos mais absurdos da história, dizendo que quem se aposentava com 2,2 mil era rico e que o país quebraria se não acabasse com o déficit da Previdência Social, o governo aprovou uma reforma que atinge principalmente os mais pobres, que podem morrer antes de conseguir cumprir os critérios para se aposentar.
Governo fez tentativa de acabar com o FGTS, mas recuou por conta da mobilização dos sindicatos
No final do ano passado, um estudo para nova reforma trabalhista, encomendado pelo governo, propôs uma série de mudanças nas regras de pagamento de verbas ao trabalhador demitido sem justa causa. Entre as mudanças, estava o fim do pagamento da multa de 40% do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) ao trabalhador demitido sem justa causa.
Com a forte reação da sociedade civil e das centrais sindicais que se mobilizaram e foram para cima do ministro Paulo Guedes, o governo recuou e negou que a proposta fosse avançar, mas não desmentiu que realizou os estudos das ações que prejudicariam os trabalhadores.